O MINISTÉRIO DE JESUS CRISTO (Por Irving Selassié)

O MINISTÉRIO DE JESUS CRISTO (Por Irving Selassié)

“Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram.” (Rm 5:12).
Jesus foi encarnado para cumprir sua tarefa principal, salvar o homem do pecado. É importante sublinhar que se está falando da segunda pessoa da trindade, um Deus tendo que manifestar entre os homens sua deidade e humanidade. Porque assim como, o pecado entrou na terra através do primeiro Adão, Cristo assumiu o papel do segundo Adão para remissão dos pecados. Todos eram nascidos no primeiro Adão, no pecado, no ato da transgressão. O renascimento da humanidade se dá no segundo Adão para a salvação, resultante do ato de justiça.
“Logo, assim, como por meio da desobediência de um só homem (Adão) muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem (Cristo) muitos serão feitos justos.” (Rm 5:19).
Entende-se que a condenação do homem se dá a principio, pela corrupção do primeiro Adão, o que leva a compreender todo o propósito do ministério de Cristo, seu planejamento em sua vida, morte e ressurreição. O ministério de Cristo consiste na remissão da humanidade, resgatar a relação de intimidade do homem com Deus, perdida nas ações erráticas de Adão. Jesus assumiu o papel do novo Adão, o papel da restauração do homem com Deus. Para entender o ministério de Cristo é importante o estudo com essa correlação.

1 O nascimento (humilhação e exaltação)

“Deus Enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” (Gl 4:4).
O nascimento de Jesus é o cumprimento da profecia de Isaías 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um Filho nos foi dado, e o governo está sobre seus ombros. E Ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.”
Jesus nasceu na pequena cidade de Belém, abriu mão de toda sua glória, sendo criado por uma família comum em um ambiente humilde. Nasceu em um estábulo e foi deitado numa manjedoura. Desde o seu nascimento ficam claros os dois estágios básicos de sua obra na terra: O seu estado de humilhação e seu estado de exaltação.
O fato de abrir mão da sua deidade e encarnar tornando-se semelhante ao homem já é um grande ato de humilhação como se vê em Filipenses 2: 6-7:  “Não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes,a si mesmo se esvaziou,assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homens.”
Jesus veio para remover a lei que escravizava os homens, carregou nele mesmo todas as nossas transgressões. Seu sofrimento, suas marcas de dor, sua morte e seu derramamento de sangue leva a remissão dos pecados. Nele o homem foi sarado, seu castigo trouxe a paz. Esse processo de humilhação de Jesus era necessário para sua grande exaltação no cumprimento final de seu ministério, sua ressurreição.
O profeta Isaías anunciou seu sofrimento no capitulo 53 de seu livro:

(...) Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada havia em sua aparência para que o desejássemos. Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nos não o tínhamos em estima. Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nos o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas suas feridas fomos curados (...). (Bíblia Sagrada, Isaias 53:2-5).

2 Os Batismos de Jesus

Talvez haja certa estranheza ao falar Os Batismos. Mas Jesus foi batizado nas águas por João Batista e logo após, o Espírito Santo veio sobre ele em forma de pomba. Jesus veio como homem, passou pelo batismo nas águas e foi batizado com o Espírito Santo na forma de pomba, para dar inicio ao seu ministério; semelhante ao que aconteceu com os apóstolos: Aqui há uma analogia com Atos II que narra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos:

(...) De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava. (...). (Bíblia Sagrada, Atos 2: 2-4).

Somente após a descida do Espírito Santo os discípulos de Jesus começaram seu ministério. O que acontece também com Jesus Cristo. Primeiro os discípulos receberam o Espírito Santo, para depois serem testemunhas de Jesus pela terra.
“(...) Mas receberão o poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até nos confins da terra (...). (At 1: 8)
Primeiro os discípulos recebem o Espírito, para depois saírem pelo mundo em sua missão. Da mesma maneira foi Jesus, revestido de poder, quando sendo batizado por João Batista. O Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba significando o recebimento do poder de Deus para cumprir sua missão. Só depois Jesus é levado ao deserto para ser tentado pelo Diabo (Mt 04:01).Ele teve que receber o poder do Espírito Santo para ser tentado,após a tentação, Jesus começa a pregar(Mt 04: 12 a 17). Veja a sequencia cronológica:
Jesus é Batizado nas águas (Mt 03: 13-15).
O Espírito Santo desce sobre Ele em forma de pomba (Mt 03:16).
Terceiro: Jesus é tentado e começa sua pregação (Mt 04:01- 25)

“(...) Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.”“ (MT. 03:16-17).
Jesus é batizado nas águas primeiro; nem antes ou após o batismo, somente depois o Espírito vem sobre o Filho de Deus; acontece nesse momento o revestimento de poder do Cristo, uma autorização do Pai sobre o Filho. ”Este é o meu Filho Amado, em quem me agrado” (MT 03: 17)

3 A pregação de Jesus

A palavra do homem é aquela por meio da qual ele se expressa e por meio da qual ele se comunica com seus semelhantes. Por sua palavra ele dá a conhecer seus pensamentos e sentimentos, e por sua palavra ele manda e executa a sua vontade. A palavra com que se expressa esta impregnada de seu pensamento e de seu caráter. Pela expressão verbal de um homem até um cego pode conhecê-lo perfeitamente. Embora se veja uma pessoa e dela se tenha informações, não se conhecerá bastante enquanto ela não falar. A palavra do homem é a expressão de seu caráter. (PEARL, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. p. 100-101).

A pregação de Jesus consistia basicamente em “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”. (Mt 4:17). Deus expressa a si mesmo através do seu filho. A sua pregação para remissão dos pecados foi ampliada com a escolha dos discípulos para difusão das suas palavras. (Mt 4:18). Suas palavras deram início a um Novo Testamento, a uma nova ótica da relação de Deus com o homem. O Velho Testamento perdeu sua legalidade quando Jesus começa a ser o objeto do conhecimento e também de fé. A fé em Cristo substituiu a lei:

Sabemos que ninguém é justificado pela prática da lei, mas mediante a fé em Jesus Cristo. Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pela prática da Lei, porque pela prática da lei ninguém será justificado. (Bíblia Sagrada, Gálatas 02:16).

A lei escravizava o homem; era preciso que os sacerdotes da linhagem de Levi, em particular através de Arão (Números 3; 18; Hebreus 7), servisse de intercessor; representavam o povo diante de Deus, no ato de oferecer ofertas e sacrifícios pelos pecados da população israelita.Mas chega o momento em que os sacrifícios de animais se tornam insuficientes para remoção do pecado: “entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hebreus 10: 3-4). Outra forma, ainda no velho testamento do homem ter contato com Deus era através dos profetas; homens que serviam como a voz de Deus na terra. Tinha com função de “predizer” (Isaías 2:2-4; 7:14; 9: 6-7), como “anunciar” (Amós 1-2) a Palavra de Deus.O velho testamento também predisse a vinda de um Profeta, o Messias, que seria a revelação suprema e final de Deus ao homem (Deuteronômio 18:15).Em cristo tudo se uniu,tanto a função de Sumo Sacerdote,sendo Ele mesmo o Sacrifício pelos pecados do povo (Hebreus  9: 26-28) ,quanto a função de profeta;Cristo é Deus falando diretamente com os homens.(Atos 3: 22-26; hebreus 1:1-2). “Aquele que é a palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade”. (João 1:14).

Toda a história do Velho Testamento era voltada para Ele. Jesus é o cumprimento de muitas profecias escritas no antigo testamento e o autor dos ensinamentos do Novo Testamento. Ele redefiniu toda a realidade de alguém tornar-se Filho de Deus. “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12). Em Cristo não havia mais separação entre Gentios e Judeus; pela fé em Cristo todos tinham o direito da salvação. Jesus é o livre acesso a Deus.
Jesus assume o papel do único sumo sacerdote. Ninguém mais apresentaria holocaustos ou sacrifícios pelo pecado do seu povo, a não ser, o próprio Cristo que ofereceu a si mesmo como sacrifício vivo pela humanidade. “Todo sumo sacerdote era constituído para apresentar ofertas e sacrifícios, e por isso era necessário que também Este tivesse algo a oferecer.” (Hb 8:3).
A primeira aliança de Deus com o homem foi substituída pela nova aliança. Cristo fundamenta em sua morte seu testamento e seus respectivos herdeiros pela fé em Cristo. Para um maior entendimento veja este trecho da carta do Apóstolo Paulo para os Hebreus:

(...) Quando Cristo veio como Sumo Sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e o mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertence a esta criação. Não por meio de sangues de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, Ele entrou nos Santo dos Santos, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam, de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam á morte, para que sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança. No caso de um testamento, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo quem o fez. (...). (Bíblia Sagrada, Hebreus 09:11-18).

Jesus carregou sobre si todas as nossas transgressões, sua palavra de amor e esperança reacendeu a chama da promessa de uma vida eterna com Deus. Suas palavras deram vida e poder.

4 A morte e Ressurreição de Cristo

No tópico anterior, para que o novo testamento possa ter validade é necessário que seu atestador morra. Cristo tinha ciência da sua morte, este era seu propósito principal; morrer pelos homens para remissão de seus pecados e cumprimento das profecias como podemos vê no livro do profeta Isaias:

(...) Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu sua boca.  Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado. Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido nenhuma violência nem houvesse nenhuma mentira em sua boca. Contudo, foi vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer, e, embora o Senhor tenha feito a vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias, e a vontade do Senhor prosperará em sua mão. Depois do sofrimento de sua alma ele verá a luz e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento meu servo justificará a muitos, e levará a iniqüidades deles (...). (Bíblia Sagrada, Isaias 53:7-11).

A morte de Jesus é o ponto maior de sua missão. Ele teria que morrer para eliminar a condenação trazida ao homem através de Adão. Toda humanidade em Adão era nascida do pecado, no sangue do pecador. Em Cristo a humanidade teve um novo nascimento; banhada na autoridade do sangue do Cordeiro, nascida do sacrifício de Cristo. Um homem sem defeitos oferecido como expiação pelos erros da humanidade.
A morte do Messias era parte de sua missão, nota-se em várias passagens do Novo Testamento Jesus falando sobre a sua morte. A santa ceia é uma prova clara quando Jesus diz no evangelho de Lucas 20:19: “(...) Isto é meu corpo dado em favor de vocês (...).”  No livro de Mateus 20:18, Jesus chamou seus discípulos em particular e falou: “Estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão a morte”. Jesus morreu pelos pecados da humanidade, uma prova de amor incondicional. Um homem sem pecados para redimir o mundo dos seus erros, como um cordeiro sem mácula.
Assim como o Filho previu a sua morte, na sua onisciência também saberia que iria ressuscitar. “(...) e o entregarão aos gentios para que zombem dele, o açoitem e o crucifiquem. No terceiro dia ele ressuscitará!” (Mt 20.19). A ressurreição era o preparo para a terceira pessoa da trindade assumir seu papel na história da humanidade; o Espírito Santo.
Assim como, nossa morte foi em Adão, nossa vida é em Cristo. A morte em Cristo significa a morte da velha natureza humana em Adão. No novo Adão, a saber, o Cristo; temos na sua morte e ressurreição a implantação da Graça de Deus sobre a humanidade. Deus passa agora a olhar a humanidade a partir da perspectiva do sacrifício de Jesus e não do pecado de Adão. O sangue do Cordeiro nos justifica; é um selo da nova aliança de Deus com o ser humano. Quando o homem peca, Deus faz vestes de animais para cobrir a sua nudez. Observa-se o livro de Gêneses 3:21: “O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher.” Percebe-se nessa atitude do Senhor, que homem teria que fazer sacrifícios para cobrir suas vergonhas e ter remissão dos pecados. Mas com o sacrifico de Jesus, os homens são justificados pela fé em Jesus e não através de sacrifícios com animais. Observe esse trecho da carta do apostolo Paulo aos Efésios:

(...) deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza da sua graça,demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. (...). (Bíblia Sagrada, Efésios 2:59).

A sua graça nos foi concedida com sua morte e ressurreição e a vinda do Espírito Santo:

Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: “não saia de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo. (Bíblia Sagrada, Atos dos Apóstolos 1:4-5).

Após Cristo ser assunto aos céus ele nos deixou seu Espírito para consolar a humanidade. Hoje é o tempo da graça, sob a presença do Espírito Santo. Ele capacita o homem com o poder da pregação. “(...) Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra (...).” (At 1:8). Promessa que iria se cumprir no dia de pentecostes: “(...) Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava (...).” (At 2:4). A partir desse dia Cristo terminaria provisoriamente sua missão na terra e quem assumiria até sua vinda era o Espírito Santo.
A vida, morte e ressurreição de Jesus são análogas com a remissão do homem (Adão) com Deus; Cristo assumindo um papel de segundo Adão, já que o primeiro havia fracassado; trazendo o peso do pecado sobre todos os homens. Essa natureza pecaminosa de Adão morre quando Cristo é crucificado, e toda humanidade morre com Jesus. Quando Jesus volta dos mortos a humanidade recebe uma nova natureza em Cristo. O pecado de Adão nos levaria a morte eterna, mas ressurretos em Jesus, Deus passa a olhar para humanidade através do sangue de seu filho. “(...) Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, (...).” (Rm 8:1).

Ministério de Cristo e a Religião

Cristo cumpre sua missão com sua morte; o derramamento do seu sangue aspergiu sobre o altar de Deus o último sacrifício vivo. O homem já não é mais escravo da lei, o ritualismo, o cerimonialismo que o escravizava já não tem mais serventia. Nesse caso a religião Cristã é um paradoxo com a mensagem de Jesus, ela reanima a lei, reascende o legalismo novamente como forma de culto, negligenciando a graça, escraviza o homem numa repetição litúrgica. Os homens, segundo suas tradições, criaram novas filosofias comportamentais, mudaram a palavra de Deus, não respeitaram seu sacrifício: “Tenham cuidado para que ninguém vos escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.” (Cl 2:8). O Cristianismo criou novas ordenanças, trouxe superstições aos fiéis. Na carta de Paulo ao Colossenses, Paulo preocupado com isso fala àqueles que supostamente já tinham a revelação do sacrifício de Cristo:

Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, porque, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: “Não manuseie”, “Não prove!”, “Não toque?” Todas essas coisas são destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne. (Bíblia Sagrada, Colossenses 2:20-23).

Há uma preocupante proliferação de doutrinas humanas, criações de templos físicos para alimentar os incautos. Se aquilo que se chama de "igreja" os separa dos outros pela aparência, normas, doutrinas e etc. não há convivência simultânea, comunhão, congregação e muito menos cristianismo, só existem homens sobrepujando a vontade de Deus, com suas regras falhas e temporárias, pregando um Deus criado no seu próprio ventre para satisfazer a vontade do seu egocentrismo. Não se pode cultuar um deus fruto das projeções e anseios pessoais. As denominações são baseadas em verdades doutrinárias individuais: A "igreja" Católica Romana, pertence aos que servem e obedece a Roma. A "igreja" Presbiteriana, aos que defendem o governo dos presbíteros. As "igrejas" Petencostais, aos que buscam a experiências do dia de pentecostes. Tais organizações humanas são as denominações, a expressão e o resultado de contendas entre irmãos, gerando a proliferação ou a "infestação" de prédios com subtítulos humanos. Tudo isso deve ser rejeitado (1Co 1:10-11). A Igreja verdadeira leva o nome da cidade onde ela está. Por exemplo: na bíblia a igreja é expressa pela localidade e não por denominações (1Co 1:2). O próprio Deus não habita em templo feito por mãos humanas:

Todavia, o Altíssimo não habita em templos feitos por homens. Como diz o profeta: “O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que espécie de casa vocês me edificarão? Diz o Senhor, ou, onde seria meu lugar de descanso? Não foram as minhas mãos que fizeram todas essa coisas?”. (Bíblia Sagrada, Atos 7:48-50)

Cristo exemplificou em sua morte a destruição do templo físico, para que o homem soubesse que na sua ressurreição todas as coisas se fariam novas (Mt 24:2). O templo também fazia parte da velha aliança. ”No deserto os nossos antepassados tinham o tabernáculo da aliança, que fora feito segundo a ordem de Deus a Moisés, de acordo com o modelo que ele tinha visto.” (At 7:44). Em Jesus tudo se faz novo, as coisas velhas já passaram; é o que se lê em 2 Coríntios 5:16. O próprio Jesus ensinava no templo durante sua passagem na terra, mas após sua ressurreição, num sentido figurado o templo seria derrubado. E ele faria um templo novo, não feito por mãos humanas (Mt 26:61); (Mc 14: 58); (Jo 2:19). Jesus ainda vivo pregava no templo porque somente depois da sua morte viria o cumprimento da lei. A igreja é a individualidade da fé em Cristo formando uma sociedade espiritual. A igreja não é uma instituição do Estado. A igreja é a Noiva do Cordeiro

Por IRVING SELASSIÉ



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