Ruídos na escuridão
RUÍDOS NA ESCURIDÃO
Não estou presente...
Neste momento
A matéria se torna ausente.
Transformei-me em ruídos e gemidos.
Serei o zoar inconveniente,
O abstrato renitente
Serei a dor e o furor,
A irreverência e a penitência.
Sou apenas ruídos na escuridão.
Em meu semblante a deformação,
Ao se deformar em gotas.
Minhas mãos viajam até a face
E se prendem ao cair da pele.
Tentam livrar-se, mas ao lutarem
Banham-se de sangue
Na relutância conseguem livrar-se
E estendida sobre o ar,
Lavam a terra.
O semblante moldurou-se,
Transformado em vapor.
Subiu aos céus e espalhou
Seus gritos de horror.
IRVING SELASSIÉ(10/02/1997)
Comentários
Postar um comentário