A MORTE DO INFELIZ

Andava pelo mundo...
Desvairado, enlouquecido...
Andava sobre a terra...
Andava sem sentido
Um barro que não queria ser gente
 Nem ser enxertado de esterco
Ou germinar semente
Não queria essência de vida
Possuía alma morta
Rosto sem feição
Incomum á multidão
Não vivia, andava em vão

Encontrou num cemitério
Uma cova profunda
E lá se jogou
Adormeceu profundamente
E nem notou
Que sobre ele outro corpo deitou
E preferiu não acordar
E lá ficou
Sobre a terra fria
A mesma terra sem rumo
Pela qual perambulou
Morreu sem nome...
Morreu bicho e não homem
Só havia Terra sobre terra
Defunto sem saída
Morto mesmo!
Digo morto sem vida!
Morto que não dormiu
Morto que nem viu a morte
Pois nunca viu a vida
Sem dor ou corte
Soterrado bem no fundo do chão
Bem embaixo mesmo!
Para a alma não virar assombração
Infeliz que era...
Por isso haja terra!
Melhor fora não ter existido
Agora morto na carne
E preso no espírito.


IRVING SELASSIÉ
05/12/2011


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